Como o chá pode te ajudar no dia a dia? Saiba qual escolher e como preparar:
Quente, frio, infusionado ou de sachê: essas são diferentes e principais formas de consumir chás - uma bebida milenar japonesa que ganhou vários adeptos ao redor do mundo, principalmente no Brasil. Por aqui, o consumo aumentou e é comum observarmos uma caneca com diferentes misturas de ervas. Porém, a verdade é: você sabe quais são os reais benefícios e malefícios do chá? Porque, ao contrário do que parece, ele pode ser prejudicial à saúde, sim. Segundo Luciana Harfenist, nutricionista ortomolecular e especializada em gastronomia funcional, os chás podem ser nocivos quando consumidos em excesso. "O que determinará isto é se você possui alguma alteração no organismo devido a doença como hipertensão, diabetes, câncer, doença renal, entre outras". Então, antes de consumir a bebida desenfreadamente, oriente-se com um médico ou especialista no assunto.
Ainda que chás e infusões tenham alguns malefícios, a lista de benefícios é muito maior. Para Luna Azevedo, nutricionista especializada em alimentação consciente, a bebida, quando consumida da maneira correta, pode trazer diversas vantagens. O consumo de chás pode auxiliar no bem-estar, no tratamento e na prevenção de doenças. Além disso, na detoxificação pode apresentar inúmeras propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas, antialérgicas, imunoestimulantes. No entanto, vale lembrar que os benefícios são consequências do tipo da erva utilizada" O chá, apesar de ser uma bebida natural, apresenta uma série de atividades antioxidantes, derivadas dos compostos químicos presentes.
Segundo Luna, algumas ervas possuem ácidos fenólicos e flavonoides, que agem e se tornam responsáveis pelas partes das atividades biológicas associadas. De maneira geral, os chás trazem inúmeros benefícios que podem auxiliar, inclusive, no dia a dia. "Alguns apresentam até mesmo ação contra os radicais livres, com potencial anticarcinogênico e antimutagênico, como é o caso do chá preto", reforça Luna. "Todavia é importante um acompanhamento de nutricionista ou médico, uma vez que algumas ervas podem causar efeitos colaterais, e dependendo do estado atual e história clínica”.
Segundo a nutricionista, há algumas opções que não são indicadas. Por exemplo, chás de alcachofra, boldo, hortelã, cúrcuma, dente de leão e açafrão são contraindicados para pessoas com obstrução nas vias biliares. Já a carqueja não é recomendada para grávidas, hipertensos e diabéticos que realizam o uso de medicamentos. A espinheira santa pode influenciar, ainda, na produção de leite em grávidas. "É recomendado que seja feita uma breve pesquisa previamente ao adquirir o hábito de consumir algum chá específico, para que seja possível evitar complicações, que dependem da individualidade de cada um", alerta Luna. Luna ainda reforça que há tipos de chá que podem aumentar a energia e o foco, como o caso do mate - erva muito consumida no Rio de Janeiro, inclusive, na praia. Fora isso, o mate ainda é um bom aliado para a digestão e alívio de tosses e congestão nasal. Já o chá de hortelã, que possui uma substância conhecida como mentol, se destaca pela ação expectorante.
O chá verde, um dos grandes queridinhos do brasileiros, pode contribuir para acelerar o metabolismo, assim como o chá branco, de gengibre, preto e mate. "Essas opções são boas alternativas para quem busca emagrecimento, além do combate à retenção de líquidos, que pode ser encontrado em ervas como cavalinha e hibisco", diz Luna.
Fora a ajuda para com o metabolismo, estudos indicam que o chá verde pode ser um bom aliado para os diabéticos, já que ele é capaz de evitar picos de glicemia. Luna orienta que chás como o da erva-cidreira, de camomila, valeriana, melissa ou mulungu apresentam efeito sedativo, relaxantes e calmante, ideal para pessoas que sofrem com insônia e ansiedade. Pesquisas também apontam que a erva-cidreira pode ajudar no humor e no desempenho cognitivo.
Como consumir? A nutricionista Luciana Harfenist reforça a diferença entre chá e infusão, porque, ao contrário do que parece, elas não têm a mesma definição. "O chá é o nome específico para um tipo de planta, que é a Camellia Sinensis, e a, a partir dela, surgem os chás mais populares. Já as infusões são feitas a partir de água quente, onde, ao iniciar a fervura, o fogo deve ser desligado e a água adicionada às plantas, frutas, grãos e cascas naturais, tampado entre 10 a 15 minutos”.
Segundo Luna Azevedo, para consumir um chá, a melhor opção é investir nas folhas da erva escolhida, pois os nutrientes são melhores preservados. "Para preparar o chá das folhas é importante se atentar para não deixar a água ferver, pois pode queimar a erva e, consequentemente, alterar o sabor e prejudicar as propriedades que são termicamente menos resistentes", orienta.
Mesmo que a melhor opção sejam as folhas, hoje, há diversas versões de chás que prezam pela praticidade do dia a dia. É possível encontrá-los em pó, saquinhos e até em cápsulas, compatíveis com as principais máquinas de espresso do mercado.
Modo de preparo
Com preparo rápido, os chás são boas alternativas em dias frios. Caso você opte pelas ervas, Luna Azevedo dá dicas de como fazê-los e conservá-los. Coloque a água no fogo e espere formar as primeiras bolhas. Então, acrescente duas colheres de sopa de erva na água, desligue o fogo e abafe por três minutos. Depois de pronto, ele deve ser conservado em um recipiente de vidro na geladeira ou em garrafa térmica. Dessa forma, suas propriedades permanecem intactas por 24 horas". Caso você opte pelo chá das flores, o modo de preparo é um pouco diferente. "Para cada copo deve ser utilizado de quatro a seis gramas da flor seca, o equivalente a uma colher de chá ou a três pacotinhos de chá". "Caso utilize a flor a granel, procure aquecê-la o mínimo possível para não perder as propriedades. Separe 300 ml de água e deixe ferver. Após isso, adicione a quantidade separada e mantenha a bebida por três minutos no fogo e logo em seguida consuma", orienta Luna.
Em qual investir? Para Luna Azevedo, não existe uma regra para o consumo de chás - que podem ser tomados tanto no inverno quanto no verão. No entanto, há algumas opções que são boas aliadas em meio às baixas temperaturas.
"Para o inverno, pensando no sentido que o clima frio e os ambientes fechados facilitam a sobrevivência dos vírus, como é o caso do vírus da gripe, é recomendável chás que atuam principalmente prevenindo e/ou combatendo as doenças virais, além das inflamações nas vias respiratórias (bronquite e sinusite), tosses, dores de garganta, entre outros", diz a nutricionista.
"O chá de limão com gengibre, por exemplo, é excelente para prevenir e combater a gripe, resfriados, tosse e dor de garganta. O limão é uma fruta rica em vitamina C e atua como antisséptico das vias aéreas, e o gengibre possui substâncias - como o zingibereno - que são antissépticas, bactericidas e anti-inflamatórias”.
Já o chá de sálvia é uma boa opção para aliviar a sinusite, bronquite e dores de cabeça, porque, segundo a nutricionista, a erva possui propriedades antissépticas, expectorantes, anti-inflamatórias e atua como um desinfetante das vias respiratórias. "Uma boa opção para para casos de bronquite, asma, gripes e eliminação do catarro”.
O chá de tomilho é pouco falado, mas tem uma série de benefícios. De acordo com Luna, a erva aromática, muito utilizada na cozinha, também possui propriedades expectorantes, antissépticas, antivirais, e broncodilatadoras. "A presença de vitamina C, vitamina A e timol, flavonoides e taninos auxiliam o sistema imunológico e previnem doenças respiratórias", reforça.
Os benefícios das ervas mais populares...