Essa fase da vida que normalmente já requer um cuidado especial na área da saúde, é duramente afetada nesse período de restrições.
Se o isolamento social é necessário para previr o contagio, a dificuldade em manter o equilíbrio emocional com a experiência de solidão e distanciamento é o grande desafio.
Muitos sensíveis à qualquer mudança, as restrições de circulação caíram como uma tempestade inesperada de verão, alterando qualquer planejamento.
Seja em suas próprias casas ou em moradia especificas para idosos, percebemos essas alterações nos sinais vitais dos idosos. Pressão arterial alta. Confusão mental e picos de ansiedade fora do normal, e até mesmo falta de apetite, são situações cada vez mais comuns entre os idosos. É o que explica Caio Medeiros, diretor da Moradia de Idosos Recanto das Hortênsias.
Segundo ele, mesmo com as medidas adotadas para diminuir os impactos do isolamento, percebemos as mudanças do comportamento dos idosos. “ Quando observamos mudanças de humor, toda a equipe é mobilizada para contornar a situação. Se necessário entramos com contato com vídeo chamado com os familiares, por exemplo”, explicou Caio Medeiros.
As mudanças se estendem a outras atividades, principalmente as recreativas, que passaram a ser feitas por gravação de vídeo.
E o acesso dos familiares passou a ser proibido. “Em meados de março emitimos um comunicado aos familiares suspendendo as visitas. 15 dias depois o Ministério Público do Paraná emitiu uma determinação de suspensão das visitas. Ou seja, fomos uns dos principais segmentos da sociedade a entrarem em quarentena e tenho a impressão que seremos uns dos últimos setores a sairmos”. Acredita Caio.
Caio vê uma lado positivo nisso tudo. “Aqui na Casa temos o controle de acesso e saídas das pessoas, talvez o idoso em sua própria casa não tenha todo esse ímpeto em manter o isolamento e acaba exposto ao risco de contrair o vírus. Tudo isso visando garantir a segurança dos moradores idosos”. Finalizou ele.