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A importância de cuidar da memória na terceira idade

Hoje em dia, homens e mulheres de todo o Brasil já usufruem de uma maior longevidade. A população de pessoas acima dos 60 anos aumentou muito nas últimas décadas, por isso, é comum idosos chegaram à casa dos 80 anos com condições clínicas satisfatórias, no entanto, com essa idade, poucos deles apresentam uma memória totalmente plena.

Com o passar do tempo, idosos já com uma idade avançada podem apresentar maior esquecimento e gradativo aumento da dificuldade em memorizar ideias novas! Em geral, as recordações do passado permanecem vivas, recheadas de pormenores, mas a memória falha, quando querem lembrar de acontecimentos recentes. O problema gera preocupação entre os familiares.

Por volta dos 50 anos, a capacidade de armazenar informações começa a sofrer um processo lento e gradual de deterioração. Na modernidade, a quantidade absurda de informações com que somos bombardeados dificulte sua assimilação. De qualquer modo, a dificuldade de memória não pode ser considerada como um fato sem controle, associado ao envelhecimento. Quanto mais cedo forem diagnóstico e a prescrição do tratamento, mais fácil será deter a evolução da perda da memória!

O envelhecimento pode, sim, trazer um pequeno déficit de atenção, de concentração, de armazenamento de dados atuais, mas em absoluto isso compromete as funções sociais do indivíduo. A partir do momento, porém, que ele passa a cometer deslizes no trabalho, não se lembra do nome do neto que vê todos os domingos, nem de tarefas corriqueiras como pagar uma conta, o esquecimento deixa de estar associado à idade e passa a ser encarado como sintoma de síndrome demencial.

Autores apontam que prejuízo da memória atribuído à idade, de 20% a 30% dos casos, pode ser manifestação inicial de uma doença mais séria. Por isso, a atenção deve ser redobrada e o paciente submetido a exames para identificar se realmente a perda da memória está associada à idade ou é o começo de uma doença que vai degenerar-se na síndrome demencial e exige tratamento precoce.

De acordo com o médico geriatra Dr. Alberto de Macedo Soares, há estudos que indicam que quanto maior a atividade intelectual, mais o indivíduo estará protegido contra o acometimento de problemas na memória e outras doenças degenerativas. “Há dois ou três anos, estive com Alistair Burns, um pesquisador de memória da Inglaterra. Quando lhe perguntei qual sua recomendação para os interessados em proteger a memória, respondeu: Digo para aprenderem uma nova língua”, conta o médico.

De fato, ao aprenderem uma nova língua, as pessoas estarão exercitando várias formas de linguagem e várias formas de memória. O processo de aprendizagem envolve necessidade de concentração e apelo constante à memória recente e à memória tardia. Por isso, quando alguém me diz que anda preocupado com a memória porque a mãe teve Alzheimer, pergunto-lhe: “Que língua você fala? Inglês? Então vá aprender francês”. Esse é um jeito de estimular várias funções da linguagem que contribuem para a preservação da memória. Jogos de raciocínio como xadrez e jogos da memória também desempenham função estimulante para a memorização.

 

Texto por: Drauzio Varella – Médico cancerologista, formado pela USP