Hoje, estamos nos deparando com problemas de ordem emocional de modo geral na população em todas as faixas etárias, porém, a maior fragilidade dos idosos frente ao isolamento é sem dúvida um agravante.
Sabemos que em rítmo antes “normal” de rotina, os idosos já enfrentam muitas vezes suas dificuldades com relação à saúde física, limitações na rotina e vida social. O afastamento das atividades de costume e do convívio familiar, tem demonstrado um avanço significativo nos quadros de doenças físicas e principalmente psicológicas.
Com a chegada da vacina, passamos o primeiro sufoco e surgiu momentaneamente uma esperança ao retorno das atividades sociais dos idosos. Porém, devido ao prolongado período de isolamento, muitos ainda estão debilitados demais emocionalmente e necessitam de cuidado, paciência e atenção especial dos familiares e profissionais prevendo o resgate dessa fase tão crítica que temos enfrentado.
Levando em conta a dependência emocional e fragilidade dos mais velhos, pensemos agora naqueles idosos que se encontram em casas de repouso e asilos. Sabemos que por determinação do governo em medidas de segurança, muitas casas de repouso ainda não podem permitir a visita dos familiares aos seus queridos. Essa é outra questão que precisamos levar à discussão em caráter de urgência!
Os agraves na saúde do idoso num período de 1 ano de pandemia, poderão vir a ser maior mal a se enfrentar daqui para frente. Famílias com dificuldades de manter contato com seu familiar em situação de asilo. Idosos que ao não compreenderem a situação, pensam terem sido abandonados e esquecidos, sem contar a saudade, tem apresentado quadros mais graves de ansiedade, depressão e outros transtornos psiquiátricos.
Ainda temos muito pela frente! Pouco sabemos sobre o vírus e suas consequências, mas podemos sim fazer algo agora para que esta situação não seja ainda mais prejudicial num futuro próximo.
Será mesmo que o isolamento hoje seria a melhor forma de cuidado? Ou ainda o carinho e presença da família poderia ser o melhor “remédio”...caminho para assegurar uma última fase de qualidade e esperança aos mais idosos nesses momentos de tantas lutas?
Precisamos sim, repensar nossas formas de “proteção” ao idoso. E por hora, não apenas discutir, mas agir o mais rápido possível para dar maior atenção ao que diz respeito ao estado emocional dessas pessoas tão especiais que precisam mais do que nunca do nosso carinho, presença e respeito.
Afinal, a vida é um sopro e o que nos importa é o amor que vivemos no hoje!