Mas o grande questionamento é sobre como ficaram os idosos nesta pandemia, tendo em vista que há muitos idosos ativos em nosso país, em uma pesquisa realizada pelo Guia da Farmácia no final de 2018, aponta que 7,2% dos idosos estão presentes no mercado de trabalho. Sem contar que grande parte deles mantém uma rotina agitada, gostam de sair, ir ao mercado, se exercitar ou mesmo fazer alguma atividade da sua preferência.
Desde que a pandemia começou os casos de depressão e ansiedade têm aumentado consideravelmente entre toda a população, cerca de 80% das pessoas têm se tornado mais ansiosas e depressivas, segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Se para os jovens que foram afastados dos ambientes que estavam acostumados a frequentar mas conseguem manter seus afazeres de outras maneiras já se sentem cansados, exaustos e ansiosos com o futuro, para os idosos essa situação é ainda mais difícil, as visitas dos familiares foram cessadas e ficar em casa é a única alternativa para viver em meio a pandemia.
A técnica em enfermagem Analine Ribeiro, que atualmente trabalha no hospital Mackenzie em Curitiba, nos deu uma entrevista onde relata que os idosos com toda certeza foram os primeiros a serem impactados com o início da pandemia, principalmente por serem o grupo de maior risco, e ainda hoje com grande parte deles estando vacinados com a segunda dose da vacina, o medo e a ansiedade ainda se fazem presentes. Além do medo do vírus, segundo a técnica os idosos também sentem medo da solidão, do isolamento e da saudade de todos os seus familiares.
Para que os idosos e a sociedade no geral consiga superar a ansiedade e os problemas decorrentes deste novo normal, Analine comenta que com a chegada das vacinas que nos trazem a sensação de segurança e a tão sonhada imunidade, a rotina dos idosos pode ir voltando ao normal desde que os cuidados com o uso correto da máscara e do álcool gel permaneçam, afinal precisamos exercer a empatia e pensar em todas aquelas pessoas que ainda não tomaram a vacina.
Aos poucos tudo que gostávamos e precisávamos fazer vai estar liberado para que a gente volte com toda proteção e com o coração aliviado, porém, ainda estamos enfrentando uma fase difícil que requer cuidados com o corpo e a mente. A profissional de enfermagem detalha que é importante as pessoas ocuparem a cabeça durante este período, exclusivamente os idosos, ela recomenda que as pessoas coloquem em sua rotina o hábito de jogar jogos que exercitam a cabeça, um quebra-cabeça, um bom livro para ler, ou então alguns exercícios de alongamento para fazer em casa, ou demais atividades dependendo do gosto de cada um.
Matéria autoral escrita por Júlia Beatriz Wal
Entrevistada: Analine Ribeiro, técnica de enfermagem, trabalha no hospital Mackenzie Curitiba